MC Donald´s e Burguer King eram disputas acirradíssimas no meu almoço ou jantar.
Fritas: mandioca ou batata? Difícil escolher.
Refrigerante era água na minha casa. Acordar de madrugada com sede? Coca-cola. Almoçar com suco? Eca. Guaraná sim! Sair à noite só se fosse para beber (cair e levantar), comer salame, presunto parma e bolinho de arroz, de bacalhau, bolinho de qualquer coisa desde que bem frito.
Praça de alimentação de shopping sempre foi uma perdição, tamanhas opções de "refeições", nossa, que delícia!!
Nunca gostei de doces, admito. Chocolate? Obrigada, não quero. Brigadeiro? Não sei nem fazer, muito menos comer. Torta de qualquer coisa? Nunca. Obrigada.
Sempre (mesmo agora) preferi um bom salgado ao doce mais doce dos doces.
Isto posto, confesso que na gravidez da Laura eu me controlei muito para comer direito, mais por ela do que por mim, cabe ressaltar. Suco de couve com laranja (adoro!) ou limão; couve com beterraba, cenoura e limão... Sucos verdes (gengibre, hortelã) com algumas frutas, que delícia! Mas a coca continuava ali, sempre. Na gestação dela, me controlei para tomar uma lata de coca-cola por dia, por que a vontade era de mergulhar numa piscina de coca e só sair em 9 meses. Marido continuou boêmio e eu continuei indo aos botecos, mesmo que sem tomar cerveja, mas a refeição era a mesma de antes: frituras, gorduras, carnes e refrigerante, porque ninguém é de ferro.
Há duas semanas fomos a uma festinha e a mãe do aniversariante distribuiu bolachas recheadas para a criançada. Eu e Laura agradecemos, ela continuou brincando e uma mãe próximo a mim perguntou "nossa, que milagre foi operado nesta criança? Recusar bolacha recheada??".
Pegue o café e o bolo, vou te contar uma história:
Quando Laura nasceu, comecei a me preocupar mais com a alimentação dela e, especialmente, tive uma visão muito clara de que tudo o que eu quisesse ensinar a ela, deveria partir de mim como exemplo. Não adiantaria vir com o "faça o falo, não faça o que eu faço". Isto para tudo, desde sua conduta com a arrumação dos brinquedos (não adianta eu pedir para ela guardar, se eu mesma não guardo minha bolsa, sapatos, DVD´s quando usados) até à alimentação. Desde a introdução alimentar da minha pequena, tive consciência de que suas refeições seriam para sempre o seu norte, seu guia, seu remédio contra gripes, viroses, bactérias, glicose alta, colesterol, doenças de gente grande. A alimentação do ser humano começa quando bebê, não adianta tentar modificar depois. Pesquisei muitos sites de alimentação saudável, vi e revi muitos dos meus conceitos sobre alimentação e resolvi começar a arrumar a casa por dentro, para depois exigir um jardim belo. Eu parei de tomar refrigerante, parei de comprar besteiras no mercado, aboli bolachas recheadas, lasanhas prontas, nuggets, chocolates da minha compra. Não foi fácil, mas quando eu pensava no exemplo para a minha filha, sabia que valeria a pena. Proibi todos (avós, tios, primos, amigos) de darem chocolate para ela (balas, pirulitos, doces) até os 2 anos de idade. A primeira vez que Laura experimentou brigadeiro foi na sua própria festa de aniversário e, que fique claro, não largou a bisnaga nem para cantar parabéns. Laura nunca experimentou bolacha recheada, não sabe nem o que é. Até os 2 anos comeu apenas biscoito de polvilho (que nem é saudável do jeito que eu pensava) e bolacha água e sal (com gergelim era a variação da bolacha). Bolacinha doce (de leite, por exemplo) ou maisena, com 2 anos ou mais. Refrigerante, jamais. JAMAIS. Tivemos um episódio em que ela tomou refrigerante quando, recentemente, fomos a um restaurante e ela comeu algo apimentado, começou a chorar e só tínhamos refrigerante à mesa, por que o seu suco ainda não tinha chegado. Dei o refrigerante para ela beber, e, francamente? Ela adorou! Eu tive que tirar dela (já com os olhos escorrendo de lágrimas, nariz vermelho inchado e tomando o raio do refrigerante como se não houvesse amanhã), com muito custo. Não quero, de forma alguma, que seja um hábito (nem exceção) na vida dela. Só quando for realmente necessário e não tiver mais nada em volta. Apenas.
Iogurtes, apenas yakult que ela realmente adora. De resto, não toma nenhum, tanto por não gostar quanto porque não compramos.
Sucos industrializados, praticamente zero. Nossa rotina é beber água, muita água. Na ausência de uma fruta para fazer suco e acompanhar as refeiçoes, água. Durante o dia: água. Na lancheira para a escola, água nas garrafinhas. Muita água. E ela adora, não pede suco (ainda?). Em casa tomamos muita água, o tempo inteiro. Comemos frutas de pratada, especialmente meu marido, que adora laranja, mexerica, melão. Laura nos acompanha em tudo, é uma questão de exemplo.
MC Donald´s ela acha que é castigo, eu brinco falando que se ela não fizer tal coisa ou fizer birra, vamos levá-la ao MC Donald´s (ô judiação). Entende que lá é uma lanchonete de batatas fritas e sanduíches, mas morre de medo do Ronald. Rá.
Paramos de comprar tudo o que fosse porcaria no mercado e, com isto, a nossa rotina ficou limpa, nossos exemplos são muito mais produtivos e a chance da Laura ter hábitos saudáveis são enormes. Hoje ela come (pouco) arroz, feijão, verduras, mas não gosta de carne. Não sei se é a textura, se é o sabor mesmo, mas ela não gosta. Frutas, come todas. Não peça para ela experimentar, porque esta palavra é a personificação do demo, ela sai correndo, tampa a boca e foge. Pode ser doce, pode ser gostoso, pode ser risoto de qualquer coisa, já que ela adora arroz. Se falarmos "experimenta, Laura", ela não prova. Ela é difícil para comer, porque come pouco. Muito pouco. Muito menos do que eu gostaria, mas come relativamente bem, suas refeições são saudáveis.
Hoje ela come chocolate, bolachas doces com alguma frequência, bebe sucos adoçados com açúcar (orgânico ou demerara), apesar de eu não gostar. Come batatas fritas quando saímos, tem os momentos de trocar almoço por mamadeira.
Ela é uma criança e tem seus "quereres", mas conseguimos reduzir muita ingestão de bobeira apenas não comprando para nossa casa.
Com relativo sucesso alimentar, indico a mudança de rotina de compras e consumo próprio se quisermos criar hábitos saudáveis em crianças, especialmente nós, que "sobrevivemos comendo cheetos, coca, e passatempo recheado".
Não quero educar uma sobrevivente, quero que Laura tenha saúde e um bom paladar.
É pedir muito?
Dani, aqui também mudamos nossa rotina alimentar desde que a Nina estava na barriga, porque eu tive diabetes gestacional. aí, ela nasceu e continuei com a dieta para amamentar. e aí ela mamou até os 8 meses. então, já introduzindo alimentos, começamos a comer melhor, mais frutas, legumes e verduras. e ela adora um bom arroz com feijão, tomate come um monte, alface, couve-flor, cenoura, ervilha, milho... adora qualquer fruta. Se comemos algo "não-saudável", nunca é na frente dela. Mas não por proibir, porque não queremos, ou queremos protelar ao máximo a inserção dessas coisas na vidinha dela. Um dia, sabemos, ela vai comer... mas quanto mais demorar melhor.
ResponderExcluirBjo.
Com certeza o exemplo tem que partir da gente e queremos que nossos rebentos tenham uma alimentação melhor. Aqui, graças a Deus a Luisa tbem não curte doces e refri. Enquanto as outras crianças e matam naqueles quiosques de guloseimas nos shoppings, a Luisa passa olhando e dando risada do tumulto. Confesso que assassinei duas ou três fadas no início da gravidez quando eu estava morrendo de enjoos e sem ânimo para cozinhar e fui lá e dei miojo pra Luisa (shame on me). Odeio ir na casa de parentes (principalmente avós, hehehe) e lá vem o povo querendo entupir minha cria com coisas que ela não está acostumada. Argh!!!
ResponderExcluirE assim vamos levando a vida, hahaha
bjo
Raquel
www.eudonadecasa.com.br
Ai, Dani...eu sou mestre em besteira! Meu prato favorito é miojo cremoso de pizza, pra vc ter uma idéia! hahaha
ResponderExcluirOdeio a maioria das verduras e legumes e tô aqui num super esforço pra mudar isso, justamente porque sei que se eu não comer não vou poder ensinar a Cecília a comer e muito menos cobrar isso dela!
E será que pedir pra essa mudança ser mais natural e sem sofrimento é pedir muito? rs
Achei excelente a dica de mudar a compra de mês... vou tentar aqui!!
Beijo!
Perfeito, Dani!
ResponderExcluirLá em casa já tínhamos uma alimentação sem muitas besteiras, e eu e meu marido não curtimos refri. Isso já é um primeiro passo. Mas não resistimos a uma bolacha recheada e comemos uma caixa de bombom por semana. Sempre comemos essas besteiras à noite, depois que ele dorme (shame on us!) pois não quero que ele se interesse por elas. Já tivemos dois episódios em que o Ben comeu açúcar e ficou transtornado! Parecia que tinha, sei lá, fumado uma pedra de crack! Não quero que isso se repita tão cedo.
No dia a dia, tento colocar a regra simples: ter sempre frutas a dispisição. E não ter besteiras. Se ele (e nós) estiver realmente com fome, vai comer! E se a gente tiver qualquer besteira, vai sempre preferir. Então a dica é não ter besteiras. Não é tão difícil, né?
Beijos
Essa foi a conclusão que cheguei dia desses conversando com mães na escola do Dan...é desde a barriga que se criam os bons hábitos! E hoje se Dan tb já recusa uma bolacha recheada numa boa é porque aqui em casa realmente as escolhas são bem saudáveis. Claro que nos fds eu abro um pouco a guarda. E desde os 2 aninhos ele conheceu a delicia que é um chocolate e tudo bem, não acho que proibir totalmente seja um bom caminho, pelo menos não aqui em casa. O que me choca é ouvir de mães esclarecidas o que eu ouvi na escola: "ah, meu filho ( de 3 anos) AMA pizza de caixa! Duas vezes na semana é o nosso jantar"! Enfim, não me achei no direito de dar uma lição de moral mas fiquei espantada com a naturalidade da pessoa em achar o máximo o filho gostar tanto de pizza em caixa...
ResponderExcluirUfaaa, acabei de ler o blog TODINHO!! Dias de leitura! Adoro o jeito que tu escreve, e os assuntos também, focados no dia a dia.
ResponderExcluirEu nunca comi direito Dani. Na gravidez me superei. Muita fruta, mas salada crua não podia por causa da não resistência a tal toxoplasmose, o obstetra proibiu. Mas tive uma gravidez saudável e por causa passei a não gostar de sanduiches (MC, Subway e tal).
ResponderExcluirHoje não sou um exemplo de mãe que faz o filho saudável, rs, mas também não exagero. Pititico come bem embora não goste muito das folhas. Toma muita água e suco também. Adora uma bala mas graças a Deus na casa da vovó não come doce, come mais comigo e isso só no fim de semana, rs.
É importante ensinarmos bons hábitos mesmo e mudar muitas vezes é preciso. Não dá pra criar filho comendo só porcaria né?
Beijosss
Oi Dani linda!!!
ResponderExcluirSaudades de vcs!!!
Menina, adorei seu comentário lá no blog! Thank´s :)
E agora me fala: jura que vc comia tudo aquilo mesmo de fast food? Bahh
Fiquei mais fã agora sabendo disso e sabendo que vc mudou por conta da Laurinha! Demais mesmo o poder que a gente tem em mudar nosso comportamento por amor aos nossos filhos né?!
Aqui em casa somos bem equilibrados eu acho. Ainda tomamos suco de caixinhas, por praticidade. Eu abro e despejo na jarra pra analisar se não há ali além de muito açúcar, hahahaha, mas eles adoram. Eu tenho que controlar porque tb não é saudável! Mas frituras, fast foods e outros: zero. Água e frutas: 100%. Acho que o equilibrio é fundamental.
Beijo grande pra vcs, linda!
Ju
Mesmo ainda não sendo mãe (apenas mãedrasta) amei o post. A alimentação do pequeno fugiu completamente do nosso controle e, só entregamos os pontos o dia que ele pediu Coca Cola, com todas as letras, beeem antes dos 2 anos. Nosso coração doeu. Mas como a criação dele é praticamente dividida, fica muito complicado.
ResponderExcluirNo entanto, tenho vontade de levar isso, essa cultura da alimentação 'limpa' para o filhote que tiver um dia...imagina então quando ele estiver aqui: vontade redobrada, espero. Já sofri muito por causa de fast food. Amava, não passava uma semana sem. Hoje sou bem equilibrada. Alimentação balanceada, o peso (milagrosamente, pq foi difícil perder) no lugar. Raramente tomo refrigerante, oq é uma raridade visto que trabalho na empresa de bebidas. Não gosto de chocolate, como quando a tpm ficou braba e só. Meu pecado: a cervejinha. Lá uma vez na semana, pfvr uma mesa de boteco - dois copos americanos depois já estou tranquila.
Espero que daqui um tempo, depois de mãe, continue assim e possa levar essa cultura pros que chegarem tb. Nunca tinha pensado por esse lado, sobre como as compras da família atingem a alimentação final. Seu post foi ótimo.
Bjo grande.
D.
http://desejodebebe.wordpress.com/
Amei seu post , finalmente uma criatura nesse mundo que pensa como eu , que alivio , eu tenho solução , vou conseguir !!!
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